CONTEM UM POUCO SOBRE A IDEIA INICIAL DO FILME E COMO O PROJETO FOI
DESENVOLVIDO? MARINA MELIANDE A ALEGRIA é a parte central de uma
trilogia chamada Coração no Fogo idealizada por mim e pelo
Felipe, com roteiros dele, sobre o imaginário juvenil nos dias
de hoje, que começou com o longa-metragem experimental
A Fuga da Mulher Gorila (rodado em oito dias com recursos
próprios e apresentado em competição no Festival de
Locarno 2009 e premiado em Tiradentes) e será terminada
com Desassossego (um longa coletivo com fragmentos de
dez jovens realizadores que já está em fase de finalização).
É a nossa forma de pensar e intervir também na forma como
o cinema é feito e sentido hoje no Brasil. COMO FOI O TRABALHO COM OS ATORES DO FILME? FB No começo dos ensaios, os atores não tiveram contatos
com o roteiro. Conduzimos os ensaios procurando improvisar
situações que criassem uma memória afetiva entre os
atores-personagens, além de preparar fisicamente nossos
jovens e inexperientes protagonistas ao tipo de entrega e
concentração que queríamos. Usamos um método em que
as cenas e as falas eram lidas para eles em voz alta por nós,
sem que eles precisassem entrar em contato com a leitura
do roteiro em papel. A idéia era criar uma sensação de
sonho e história-para-dormir para os diálogos, fugindo de
qualquer idéia de um improviso solto e realista que não nos
interessa em nada, mas também encontrando uma alternativa
fluida e doce a um aprisionamento obediente ao roteiro
como um documento a ser meramente obedecido. FALE SOBRE SUAS INFLUENCIAS PARA A REALIZAÇÃO E CONCEPÇÃO DO FILME. MM Sempre conversamos sobre misturar gêneros clássicos
do cinema juvenil com referencias contemporâneas de cinema.
Falávamos de Pedro Costa misturado com John Hughes,
Apichatpong embaralhado com Nicholas Ray, Jia Zhang-ke
recortado com filmes de aventura dos anos 30... O tempo, o
clima e as texturas do filme foram pensados a partir dessa
mistura de superfícies: entre a pesquisa de linguagem, a
releitura de referencias clássicas, e a aproximação com o
universo juvenil e o imaginário audiovisual adolescente. FALE UM POUCO DA SUA EXPERIENCIA ANTERIOR E DE COMO SE DÁ A PARCERIA
ENTRE VOCÊS? MM Trabalho como montadora, editora de som e diretora desde os meus 20 anos e hoje tenho mais de 40 filmes editados, entre longas, curtas e médias. Entre 2007 e 2009 estive como artista residente no Le Fresnoy – Studio National dês Arts Contemporains, na França,desenvolvendo vídeo-instalações e uma intensa pesquisa sobre as formas de memória visual no mundo contemporâneo – que dará fruto brevemente também a um media-metragem. Minha experiência como montadora se combina perfeitamente a experiência de Felipe como roteirista, em um trabalho de direção e criação artistica complementar e de grande confiança um no outro. |
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ESTRÉIA MUNDIAL: |